domingo, 3 de janeiro de 2016
Se lembrar de celebrar muito mais
O trânsito é um inferno, a dieta aumenta o mau humor, se espremer o jornal sai sangue, o chefe impôs uma meta maluca, o namorado não deu atenção que queria, o amigo sumiu, os pais não entendem. A lista de reclamações das pessoas é muito grande. Reclamamos o tempo todo, de tudo. Quando foi que perdemos o hábito de celebrar?
Comecei a pensar nisso quanto uma amiga me contou que o marido se propôs um desafio: por 28 dias, agradecer por tudo. Está no trânsito? É porque você tem um carro. Está enlouquecendo no trabalho? Se não existissem clientes, você não teria um emprego. Tudo. Absolutamente tudo. O objetivo, segundo ele, é perceber como temos motivos para agradecer.
Aí, fui a um espaço religioso e ouvi de uma pessoa muito sábia que eu precisava aprender a agradecer pelo passado e pelo futuro. E não me mandou rezar. Disse apenas que eu pensasse em como as coisas aconteceram de maneira bacana, de como tenho pessoas especiais – aquela que me levou lá, inclusive.
Daí pensei: formaturas são importantes, casamentos são incríveis. Mas a vida não é feita disso. Quando foi a última vez que você ligou para uma pessoa querida para dizer que estava com saudades, que ela a fazia bem e agradecer por tê-la na sua vida?
Reclamamos demais. Valorizamos mais o que não nos satisfaz. Se temos uma conquista e dois problemas, eles tomam mais o nosso tempo. Se terminamos um namoro, optamos por sofrer ao invés de agradecer por termos vivido aquilo. Choramos mais pelo leite derramado do que pelo consumido.
Mas pensei por aqui e só por hoje, poderíamos pensar em “celebrar muito mais”. Tem uma janela aí? Vai lá até ela, olhe pra rua e tente ver um pouco de poesia. Pense que em cada uma das centenas de milhares de milhões de pessoas que passam pela calçada, existem problemas e existem soluções.
Todo mundo tem motivos pra reclamar, mas todo mundo tem muito mais motivos para agradecer. Duvida? É só pensar. “Ser essência é muito mais”.
- Marina Melz
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